Mudanca de comportamento na renascença
O tratado de Erasmo surge em uma época de agrupamento social. Temos uma burguesia ascendente tomado lugar nos estratos mais altos da sociedade (mas que não consegue se misturar a nobreza, mesmo comprando títulos, graças aos seus modos) e enquanto isso temos uma nobreza de cavaleiros feudais em declínio.
Assim, lentamente, ocorre esta mudança. O problema do comportamento na sociedade assumiu tal importância que mesmo pessoas de alto prestígio e talentos resolvem tratar do mesmo. E, futuramente, essa preocupação é passada aos demais, que procuram imitar, continuar e ampliar esses modos, formando assim uma tradição mais impessoal.
Com o passar do tempo as pessoas começaram a observarem com mais afinco os demais. Há um aumento na pressão exercida por uma pessoa a outra exigindo mais enfaticamente um “bom comportamento”. Esta pressão vem com uma maneira mais polida de se corrigir, isoladamente, uma pessoa que não segue a risca esse código de conduta. É perceptível que, principalmente quando essa correção vem de um superior, isto é um meio de controle social muito mais forte e eficiente do que os hábitos anteriores de zombaria, insultos e violência.
Com a transformação estrutural da sociedade e um novo modelo de relações humanas, devagar, as pessoas começam a policiar seu próprio comportamento. Não se age mais segundo o código de conduta somente para não chocar ou insultar os demais, o comportamento está altamente atrelado ao seu estrato social, então sentem a necessidade de agirem de acordo, mesmo quando estão a sós.
Pelo tratado de Erasmo e obras alemãs da época, percebe-se que a burguesia sentia uma falta de identificação com a classe alta da corte o que fez com que, posteriormente, eles