Fé e Razão na Idade Média
A palestra tratou da problemática do conflito ideológico entre a fé e a razão na Idade Média, especificamente como mostrado no filme O Nome da Rosa . O filme mostra bem claramente o contraste entre o teocentrismo ainda majoritário na época e o antropocentrismo recém-formado que começava a se difundir na Europa. Nesse tempoera vivida a Baixa Idade Média, que entre outras coisas se caracterizava pelo medo sentido a todo o tempo por todos, resultante de preocupações com suas qualidades de vida, com a fome, com as outras pessoas, e com a violência, duvidando até mesmo da própria Igreja Católica.
O filme em questão usa de algumas licenças poéticas mas é fiel em retratar uma das vertentes mostradas no livro em que foi inspirado. O personagem principal é Guilherme de Baskerville, que viaja a um mosteiro para participar do debate entre sua ordem (franciscana) e os representantes do papa, discutindo sobre a possibilidade da Igreja Católica abrir mão de suas riquezas. Enquanto isso ocorre, a ajuda do personagem principal é requerida pelo Abade para a investigação de uma morte ocorrida dentro do mosteiro, levando a uma investigação sherlockiana do caso. Um dos cenários mais importantes é a biblioteca, que contém uma grande quantidade de livros cujo acesso é restrito aos mais altos membros do clero. Muitos desses livros eram considerados perigosos pelo seu conteúdo, mas a Igreja ainda assim não os destruía, pois o conhecimento era o que diferenciava o clero dos demais, possuindo o monopólio do conhecimento. Um ponto importante do filme para entender a trama é a fala do Venerável Jorge, que afirma que o propósito dos livros e da biblioteca é a preservção do conhecimento e não sua procura, pois a investigação leva à dúvida, duvidando de Deus e sua palavra. De acordo com ele e suas crenças o conhecimento já foi adquirido, sendo a busca a dúvida em si, caracterizando heresia.
Embora no final seja revelado como causa das mortes o veneno contido em um