Fábrica ocupada - flaskô

A Flaskô é uma empresa do ramo químico, que, em 2003, devido ao atraso de pagamentos e o perigo de ser levada a falência pelo patrão, seus funcionários com o apoio da Cipla e da Interfíbra - empresas também ocupadas por motivos semelhantes - ocuparam a fábrica, não permitindo que o patrão levasse-a a falência e fechasse suas portas. A empresa hoje luta pela sua estatização pela declaração de interesse social, baseado no fato de que o terreno da fábrica abriga a vila operária, lar de aproximadamente 550 famílias e o galpão de cultura, local usado para promover iniciativas sociais. Essa situação de ocupação não é prevista nas leis judiciais, e não é de interesse do governo favorecê-la, já que este preza o direito a propriedade. Quando a Flaskô vai atrás de oportunidades e diretos a justiça não aceita a gestão operária, mas, na hora de pagar as dívidas do antigo dono ela é sim reconhecida.

Seus pontos positivos são que mesmo sem patrão a empresa conseguiu se manter ativa pelo sistema da auto gestão, garantindo o emprego não só dos funcionários já contratados, poucos mais de 20 pessoas, como conseguiu contratar os que antes eram tercerizados e portanto, estavam sujeitos a um salário menor. A gestão também conseguiu, manter o salário dos funcionários, igualá-lo para homens e mulheres e diminuir a carga horária de 44h para 30h de trabalho por semana. Através da assembléia os funcionários tem maior participação e poder dentro da empresa, não sendo mais simples peões que obedecem ordens e como os funcionários tem contrato pelo regime CLT, a garantia do emprego é estável e eles possuem todos os benefícios como 13º, férias e licença médica remunerada.

Essa situação foi imposta aos trabalhadores, por causa dos abusos do patrão e da chance de muitas famílias ficarem sem sustento, ou se apropriavam da fábrica e assumiam a produção e administração ou perdiam o emprego. Mesmo estando relativamente estável como empresa, a Flaskô ainda se encontra em uma situação delicada,