Estudante
Imperialismo, nacionalismo e militarismo no Século XXI
14 a 17 de setembro de 2010, Londrina, UEL
GT 3. Classes sociais e transformações no mundo do trabalho
A experiência da Flaskô e a forma cooperativa Filipe Raslan∗
O processo de reestruturação produtiva, como um complexo de transformações nas relações estabelecidas entre empresas, classe trabalhadora e Estado, como um momento particular de recomposição das formas da acumulação capitalista, notada particularmente a partir das três últimas décadas do século XX. Os anos 1990 para o Brasil tiveram como característica um forte aumento do desemprego aberto, acompanhado do crescimento do trabalho informal, o que levou grandes parcelas da classe trabalhadora para a margem do mercado de trabalho.
As saídas para essa crise de desemprego oscilam entre criar uma organização cooperativa dos trabalhadores em determinados casos, assumir a co-gestão das empresas em outros, desempregados que se organizam ou que são contratados como cooperativados, e, especialmente, como no caso da Flaskô, trilhar pelo controle operário da fábrica, lutando por sua estatização. A forma cooperativa demonstra historicamente que o operariado prescinde de uma classe de proprietários para conduzir a produção de bens, mas a tendência que se nota é a cooperativa ser considerada abstratamente, sem se levar em conta seus aspectos históricos.
Neste artigo são apresentados elementos para o debate do que vem a ser a batalha pela manutenção de postos de trabalho. A proposta da forma
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Doutorando em Sociologia pela Unicamp. End. eletrônico: fraslan@hotmail.com
GT 3. Classes sociais e transformações no mundo do trabalho
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cooperativa apresentada como panacéia para a desagregação sofrida pelos trabalhadores traduzida pelo desemprego e pela precarização na evolução ofensiva do capital no processo de acumulação se traduz no “fetiche da forma”, que