Fundamentos
Introdução: A evolução dos conceitos de saúde e de doença e da prática de organização de meios concretos de apoio na luta em defesa da saúde, foi pouco eficiente até à época da fundação da Nacionalidade Portuguesa. Constituindo por isso uma marcha muito demorada e de reduzida utilidade para a maioria das populações. E, por quê? Porque o conhecimento que até aí se ia obtendo dos fenômenos da vida não criava uma imagem racional do que era a saúde e das causas da quebra ou falta desta - a doença, a incapacidade, a deficiência e a morte (cfr. Ferreira, 1990, p. 5).
Conceitos de Saúde e de Doença:
Analisando os últimos séculos da nossa história, especialmente o período de cem anos, verificamos como tem variado o conceito de saúde. Até ao século XIX, quando se desconheciam as causas de muitas patologias, quando os médicos dispunham de meios bastante limitados para curar as doenças ou, mesmo, para combater o sofrimento, quando o desespero se instalava perante a impotência para impedir o agravamento das situações, não admira que a saúde e a doença fossem aceites em função de boa ou má sorte, numa atitude fatalista. Os serviços de saúde, públicos e privados, estavam estruturados para atender os doentes e responder às necessidades da população em termos de doença.
Primeiramente, a “saúde” era entendida como “ausência de doença”, tendo o médico, como agente. “O centro das atenções era a patologia em si, o controle da sua evolução e o retorno ao estado de não doença eram os