fundamentos de futsal
Está hoje perfeitamente assente que, ao contrário de Angola, não houve uma actividade literária consistente e continuada, em Moçambique, até aos anos 20 do século XX. Nesse panorama desértico, tão habitual no oitocentismo, em África, sobressai, nos anos 60, 70 e 80, a publicação dispersa dos textos de Campos Oliveira (nasceu na Ilha de Moçambique, em 1847; morreu em 1911), num total de 31, rastreados por Manuel Ferreira. Foi estudante de Direito em Coimbra e morou na Índia, autor de um Almanaque Popular em Margão, em meados dos anos 60. Vejam-se duas estrofes de «O pescador de Moçambique»:
— Eu nasci em Moçambique, de pais humildes provim, a cor negra que eles tinham é a cor que tenho em mim: sou pescador desde a infância, e no mar sempre vaguei; a pesca me dá sustento, nunca outro mister busquei.
[...]
Vou da cabaceira às praias, atravesso Mussuril, traje embora o céu d’escuro, ou todo seja d’anil de Lumbo visito as águas e assim vou até Sancul, chego depois ao mar-alto sopre o norte ou ruja o sul. [...]
O 2.° Período, de Prelúdio vai da publicação de O livro da dor até ao fim da II Guerra Mundial, incluindo, além do livro do jornalista João Albasini, os poemas dispersos, nos anos 1930, de Rui de Noronha, depois publicados em livro, numa recolha duvidosa, incompleta e censoriamente truncada, com o título de Sonetos (1946), por ser o género mais cultivado por ele.
Rui de Noronha (nasceu em 28 de Outubro de 1905; morreu em 25 de Dezembro de 1943, em Lourenço Marques) publicou boa parte dos seus poemas entre 1932 e 1936, no jornal O Brado Africano. A recolha póstuma de Sonetos (1946) não faz juz à real obra do