Fundamentos da filosofia
Inaugurada por Descartes, pouco depois que a reforma protestante, a filosofia moderna, proclamara o livre exame e a autonomia absoluta em matéria religiosa, num tempo em que os ataques da Renascença haviam desprestigiado as teorias tradicionais, a filosofia moderna rompeu definitivamente com o passado. Os seus representantes julgaram-se no dever de construir desde os alicerces sistemas inteiramente novos. A PARTIR DO SÉCULO XV, ocorreu uma série de transformações histórico-sociais na Europa que se refletiram na construção de uma mentalidade moderna. Entre elas estão: A passagem do feudalismo, um modo de organização social e político baseado nas relações entre os servos e os senhores feudais, para o capitalismo, um sistema econômico ou socioeconômico baseado na propriedade privada dos meios de produção, no lucro, nas decisões quanto ao investimento de capital feitas pela iniciativa privada, e com a produção, distribuição e preços dos bens, serviços e mão de obra afetada pelas forças da oferta e da procura, onde há o florescimento do comercio, e pelo estabelecimento das grandes rotas comerciais, o predomínio do capital e a emergência da burguesia; A centralização do poder através da monarquia absoluta; A quebra da unidade religiosa europeia, com o movimento da reforma, o que colocou o homem em condições de pensar livremente e responsabilizar-se por seus atos de forma autônoma; A invenção da imprensa, que possibilitou a impressão dos textos clássicos gregos e romanos que tanto contribuíram para a mentalidade humanista renascentista, bem como a divulgação de obras científicas, que a partir dai ficaram acessíveis a um número muito maior de pessoas, tornando maior o grau de consciência e de liberdade de expressão.
Todas essas transformações modificaram, em muitas regiões, o modo de ser e viver de grande número de Europeus. O movimento cultural que marcou essas transformações da mentalidade social foi chamado de