Fundamento da filosofia historia e grandes temas
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Sobre a contratransferência* Paula Heimann**, Londres Esta breve nota sobre a contratransferência me foi sugerida por certas observações que fiz em seminários e análises de controle. Chamou-me a atenção a crença, muito difundida entre os candidatos, de que a contratransferência não é mais que uma fonte de dificuldades. Muitos candidatos se assustam e se sentem culpados pelo que vivenciam em relação aos seus pacientes, e tratam em conseqüência de evitar qualquer resposta emocional, almejando tornarem-se completamente insensíveis e "distantes" (detached). Ao tratar de remontar à origem deste ideal de analista "distante" encontrei em nossa literatura efetivamente descrições do trabalho analítico que podem sugerir o conceito de que um bom analista não sente nada em relação aos seus pacientes além de uma benevolência uniforme e suave, e que a menor oscilação provocada nesta tranqüila superfície por ondas emocionais representa uma perturbação que deve ser superada. Isto pode talvez resultar de uma compreensão equivocada de algumas opiniões de Freud, por exemplo, sua comparação com o estado de ânimo do cirurgião durante uma intervenção, ou sua metáfora do espelho. Pelo menos mencionaram-me estas comparações no curso de discussões sobre a natureza da contratransferência. Por outro lado, existe uma outra linha de pensamento, como a de Ferenezi, que não só reconhece que o analista experimenta muitos tipos de sentimentos em relação ao seu paciente, mas que recomenda expressa-los abertamente em certas oportunidades. Em seu artigo intitulado "Handhabung der Ubertrangung aug Grund der Ferenczigehen Versuche" (Int.Zeitsehrf.Psyehoanal, Bd.XXII,1936) Alice Balint sugeriu que uma tal honestidade de parte do analista é proveitosa e coerente com o respeito à verdade inerente à psicanálise. Ainda que admire sua atitude, não posso concordar com suas conclusões. Outros analistas têm sustentado que expressar seus sentimentos ao paciente torna o analista mais