friedrich nitzsche
O homem histórico cujo olhar ao passado os impele ao futuro inflama seu animo há ainda por mais tempo concorrer com a vida, acende a esperança de que a justiça ainda vem, de que a felicidade está atrás da montanha em cuja direção eles caminham. Estes homens históricos acreditam que o sentido da existência, no decorrer de seu processo, virá cada vez mais à luz, eles só olham para trás, para na consideração do processo até agora, entenderam o presente e aprenderem a desejar com mais veemência o futuro. Não sabem quão a-historicamente, a despeito de toda sua história, eles pensam e agem, e como até mesmo sua ocupação com a história não esta a serviço do conhecimento puro, mas da vida.
Quanto aos homens supra-históricos eles nunca estiveram de acordo, no tocante a doutrina da felicidade ou resignação, virtude ou expiação, mas, em contraposição a todos os modos históricos de considerar o que passou, chegam a total unanimidade da proposição: o passado e o presente são um e o mesmo, ou seja, em toda diversidade são tipicamente iguais, como onipresença de tipos imperecíveis, uma formação estável de valor inalterado e significação eternamente igual.
Um fenômeno histórico, conhecido pura e completamente e resolvido em um fenômeno de conhecimento, é para aquele que o conhece, morto: pois ele conheceu nele a ilusão, a injustiça, a paixão cega, e em geral todo o horizonte sombrio e terrestre desse fenômeno e ao mesmo tempo conheceu precisamente nisso, sua potência histórica. A história pensada como ciência pura e tornada soberana seria uma espécie de encerramento e balanço da vida para a humanidade. A cultura histórica, pelo contrario, só é algo salutar e que promete futuro em decorrência de um poderoso e novo fluxo de vida. A história na medida em que está a serviço da vida, está a serviço de uma potencia a-histórica e por isso nunca, nessa subordinação poderá e deverá tornar-se ciência pura.
O saber histórico jorra de fontes inexauríveis, sempre de