Freud, sexualidade e transferencia
Sigmund Freud contribuiu para a ciência com a psicanálise, área do conhecimento que estuda o inconsciente humano. Ele foi audacioso para levantar discussões e se dedicar ao estudo da sexualidade humana no século XIX, até então, a criança era vista como destituída de sexualidade. Causou impacto e escandalizou todo a sociedade vienense e mais tarde o mundo, quando afirmou que o universo infantil era dotado de uma sexualidade subjetiva, constituída de fases desde o nascimento até a maturidade. Onde a neurose na vida adulta, tem suas causas durante o desenvolvimento da sexualidade infantil, quando esta é reprimida, causando constrangimento, vergonha, bloqueando o seu pleno desenvolvimento. Tais afirmações causaram espanto e geraram dúvidas, porque penetraram em questões até então envoltas de moralismos e em tabus enraizadas de preconceitos. Para compreender as dimensões dessas descobertas é preciso saber que a sexualidade está inserida em todos os âmbitos da sociedade. Segundo Nunes (1987, p.8) vivemos em ambiente “sexualizado”, ou seja, é função inerente ao ser humano, sendo formada a partir de modelos construídos historicamente, sofrendo influencia pelo contexto político, econômico e cultural, “como expressão plena da identidade humana” (BONFIM, 2009, p.5). Trata-se de um movimento dinâmico, vivo, ou seja, dialético, onde as mudanças nesses contextos, são refletidas de maneira direta no comportamento sexual. O pluralismo cultural permite diferentes interpretações sobre a sexualidade, os papéis destinados aos homens e mulheres e seus relacionamentos, são facilmente verificados ao longo da história e ajudam a compreender as bases que sustentam a sexualidade hoje, que embora seja um assunto mais freqüente na sociedade contemporânea, contudo ainda envolta em “mecanismos de controle, repressão e muita ignorância” (MARX, 1987, p.5.). Pode-se constatar essa situação na educação sexual ministrada nas escolas,