Frei Luís de Sousa - Análise
Introdução:
Lei das 3 Unidades na Obra
Unidade da ação: * No Frei Luís de Sousa, todos os acontecimentos se sucedem em conexão tal, que nada pode ser suprimido sem que se altere o conflito e o respectivo desenlace, tal como dizia Aristóteles;
* O conflito desenvolve-se num crescendo até ao clímax, provocando um pathos cada vez mais cruel e doloroso;
* A catástrofe é o desenlace aguardado;
Conclusão: a unidade da acção é inequivocamente alcançada.
Unidade do Tempo:
* Acto I
- «É no fim da tarde» (didascália inicial)
- «Há pouca luz do dia já» (cena II)
- «Já vai cerrar-se a noite» (cena VI)
- «É noite fechada» (cena VII, didascália)
- «São oito horas» (cena VII)
* Acto II
- «Há oito dias que estamos nesta casa» (cena I)
- «Ficou naquele estado em que a temos visto há oito dias» (cena I)
- «O arcebispo foi ontem a Lisboa e volta esta tarde» (cena IV)
- «Hoje é sexta-feira» (cena V)
- «Ora vamos: ao anoitecer, antes da noite, aqui estou» (cena VIII)
* Acto III
- «É alta noite» (didascália inicial)
- «Manuel - Que horas são?» (cena I)
- «Jorge - Quatro, quatro e meia» (cena I)
- «Manuel - [...] a luz desse dia que vem a nascer» (cena I)
Conclusão:
1 - Embora não sejam respeitadas as vinte e quatro horas, tem-se a noção da condensação do tempo da acção. O ato I começa no fim da tarde de uma sexta-feira, e termina o mesmo ao cair da noite com o incêndio do palácio de Manuel de Sousa Coutinho. O ato II passa-se oito dias depois, à tarde, também numa sexta-feira. O ato III decorre durante a noite, consumando-se a morte de Maria e a tomada de hábito dos dois esposos antes de se ver a luz do dia de sábado. Sendo assim, a transposição da acção de uma sexta-feira para a sexta-feira da semana seguinte, só pelo facto de se manter o mesmo dia da semana, faz criar a ilusão de que tudo se passa no mesmo dia. A elipse temporal de uma semana compreende-se pelo facto de Garrett pretender justificar a ausência