Fraudes em empresas
Cerca de 70% das empresas brasileiras enfrentaram nos últimos dois anos problemas com furtos e fraudes. Seu negócio está realmente seguro? Saiba se prevenir
Por Sérgio Tauhata
Ao passar as compras, o operador de caixa em uma loja de roupas finge registrar as mercadorias mais valiosas e entrega as peças para um cliente-cúmplice. Enquanto isso, em uma rede de autosserviço, um empregado danifica de propósito embalagens de produtos para justificar o descarte e levá-los para casa. Outro estabelecimento, uma concessionária de veículos, perde dinheiro com notas frias trazidas por integrantes da equipe, que recebem reembolsos de gastos inexistentes. Os golpes descritos ocorrem diariamente no país. São casos reais, relatados por consultores de segurança e empresas que preferem manter-se no anonimato. Os furtos e fraudes realizados por funcionários causam um prejuízo anual de R$ 2,2 bilhões ao varejo brasileiro, ou seja, R$ 70 a cada segundo, de acordo com o mais recente relatório do Instituto Provar/FIA (Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração) e Felisoni Consultores Associados sobre Perdas no Varejo.
A oportunidade, associada à falta de controles, cria um ambiente fértil para roubos internos. A drogaria Araújo, rede com cem lojas em Belo Horizonte e cidades próximas, teria perdido R$ 18 milhões nos últimos quatro anos, se não tivesse implantado um departamento específico para evitar furtos e danos às mercadorias. De acordo com a gerente de Prevenção de Perdas do grupo, Cristiana Araújo, antes do programa alguns produtos mais visados chegavam a faltar no ponto de venda. "Tínhamos uma perda altíssima de lâminas de barbear, que têm um mercado clandestino forte. Era um item tão furtado que o cliente chegava para comprar e não tinha disponível na loja", conta.
Para inibir os ladrões, a empresa passou a proteger os itens de maior valor agregado com caixas acrílicas e etiquetas eletrônicas. "Cerca de