François Soulages
Pretendendo fundamentar na razão uma estética da fotografia, em 1998, François Soulages lançou, na França, o livro ‘Estética da fotografia: perda e permanência’
François Soulages é professor doutor da Universidade Paris VIII e do Instituto Nacional de História da Arte. É responsável por vários grupos de pesquisa, como o EA 4010, o Arts des Images & Art Contemporain (AIAC) e o Recherches Esthétiques & Théorétiques des Images Nouvelles & Anciennes (RETINA). Também é vice-presidente do Observatoire International du Corps Transformé (OICT). Segundo Soulages, o estudo oferece uma visão global dos problemas suscitados por uma estética da fotografia e reflete sobre uma realidade que pertence à esfera da arte. Trata-se de uma estética própria, que leva em conta tanto o fazer como o receber uma imagem, uma estética fotográfica única que abrange várias vertentes da fotografia, independente da função. Para isto, discute a antologia da imagem fotográfica, desde o ato fotográfico até a recepção das imagens, e se baseia na análise dos trabalhos de diversos fotógrafos e em conceitos da filosofia e da psicanálise.
O autor afirma que o objeto é infotografável e que se busca o fenômeno fotográfico, assim questiona a relação entre a fotografia e o real. Para ele, é o afastamento do realismo que propicia a aparição de novas estéticas e inversão de outras, como a do “isto existiu” para o “isto foi encenado”. Anuncia a possibilidade de três estéticas setoriais: a da encenação, a da ficção e a do referente imaginário. Apesar de romper com algumas “certezas” que envolvem a fotografia, o mais interessante e contributivo é a proposta de um novo conceito, a fotograficidade. Soulages versa em seu trabalho sobre como a obra fotográfica pode transitar entre diferentes estéticas, como fotos de documentos de denúncia, por exemplo, podem se tornar arte. A síntese desta questão é muito bem realizada: “Toda fotografia pode ser considerada sob o