Franz Boas - Vida e obra
Um vasto material etnográfico recolhido entre esquimós possibilitou a Boas escrever sua primeira obra de caráter antropológico: Os esquimós centrais, publicada, em 1888, noSexto relatório anual do Departamento Norte-Americano de Etnologia e reeditada em 1964, sob forma de livro, pela Editora da Universidade de Nebraska.
Em 1886 iniciou pesquisas entre os Kwakiutl e outros grupos tribais da Colúmbia Britânica, na costa norte do Pacífico. No ano seguinte fixou residência nos EUA, tornando-se editor do periódico Ciência (Science) e instrutor da Clark University desde 1888.
Em 1896 transferiu-se para a Universidade de Colúmbia e, três anos depois, alcançou o posto de professor. Ali estruturou um dos primeiros departamentos de antropologia dos EUA, iniciando antropólogos e linguistas importantes, como A. L. Kroeber, que posteriormente fundou, em 1903, um departamento na Universidade da Califórnia, e F. G. Speck, que fez o mesmo, em 1909, na Universidade da Pensilvânia.
Boas foi um dos fundadores, em 1888, da Sociedade Norte-Americana do Folclore e de sua Revista do Folclore Norte-Americano, da qual foi editor de 1908 a 1925.
Em 1898 desempenhou papel relevante na modernização da publicação O Antropólogo Norte-Americano e na fundação, em 1902, da Associação Antropológica Norte-Americana. Em 1931 presidiu a Associação Norte-Americana para o Progresso da Ciência. Autonomia do fenômeno cultural
Na época de Boas, a antropologia era marcada pela ideia de que raça e cultura, e raça e linguagem, constituíam fenômenos interdependentes. A cultura era conceituada como resultado do pensamento racional do homem, manifesto em diferentes graus, dentro de uma escala evolucionista. Encarava-se a história cultural