Fragmentos de textos

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Quanto mais mercantilizadas as relações, maior seria a dependência de sobrevivência dos trabalhadores em relação ao mercado e à competitividade. Isso dificultaria enormemente o processo de mobilização dos trabalhadores com vistas a ações solidárias. Ademais, a desmercantilização fortaleceria a organização e a luta dos trabalhadores e enfraqueceria o poder e a autoridade dos patrões, especialmente dosmais autoritários. Isso explica, em parte, a oposição dos empresários em relação a introdução,concepção e implementação de políticas sociais com um viés desmercantilizador. (Andrade, 2009, p. 2)

“Para Esping-Andersen a Desfamiliarização pressupõe a redução das dependências familiares em relação à proteção e ao bem-estar. Dessa forma, quanto menor o grau de familiarização, maior a capacidade de as mulheres realizarem escolhas individuais sobre se mercadorizarem ou não. Esping-Andersen (2000) disserta um pouco mais sobre a ideia de desfamiliarização: desfamiliarizar não significa opor-se à família; ao contrário, o termo desfamiliarização pretende descrever em que medida as responsabilidades de atenção, cura e bem-estar das famílias foram reduzidas. (...) Um sistema é familista, não se é a favor da família, mas se a sua política pública assume (e age para) que qualquer núcleo familiar seja o primeiro responsável pelo bem-estar dos seus membros. (...) O conceito de desfamiliarização é paralelo àquele de desmercadorização; com efeito, para as mulheres, a desfamiliarização é em geral uma precondição da sua capacidade de se mercadorizar (ESPING-ANDERSEN, 2000, p. 94). Desse modo, para Esping-Andersen (2000) as políticas efetivas de desfamiliarização seriam importantes na configuração do bem-estar, pois contribuiriam para a eliminação do paradoxo entre a escolha profissional e a escolha pela constituição familiar, diminuiriam o

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