foucault
Foucault trabalha a representação da loucura pela construção desse saber e pela percepção do que é a experiência da loucura, remetendo-se a cada época e construindo uma ordem dos saberes, das práticas sociais, e uma análise do discurso, entendendo e analisando os discursos formados pela experiência em cada época histórica diferente, traçando uma configuração histórica da experiência da loucura, que começa no século XIII chegando ao século XIX mostrando os diferentes momentos de como se deu essa experiência ao longo dos séculos.
Descartes relega a loucura ao estatuto da Desrazão , longe de qualquer juízo falso ou verdadeiro, a partir do momento que a loucura passa a ser uma experiência crítica se coloca fora do lugar da razão, ela é o outro da razão, e passa a ser o grande medo da desordem, e a solução é a grande internação na França do século XVII. A loucura a partir de Descartes passa a ter um estatuto moral, passa a ser patológico também, passa a ser vista como fora da razão. Na Idade Média o louco era assim por vontade divina, na modernidade, a loucura não é por vontade divina, a loucura já tem um estatuto de razão, passa a ter o significado moral, na modernidade. Na Idade Média a loucura ainda tinha um sentido de lugar, um significado cosmológico ligado ao sagrado, na Renascença com a Nau dos Loucos, já não existe mais o lugar da loucura, o não-lugar físico que a loucura adquire como significado é o caráter de exclusão, propriedade e significação dessa propriedade, privação de lugar e espaço para o indivíduo, o não-lugar do louco cria o lugar do internamento. Mas mesmo com as diferenças de representações da loucura nesses diferentes períodos, uma instância não muda que são as práticas relacionadas à loucura. Com o início do significado médico, começa a se perceber que alguns loucos podiam tratar e acompanhar começa os tratamentos médicos e a supervisão era no sentido de manter os loucos fora dos