Para compreender a análise de Foucault sobre as relações de poder é preciso antes conhecer o contexto histórico em que foi escrito, o pensamento da sua época e o que ele queria alcançar com seu pensamento. No mundo contemporâneo, a sociedade, a economia e o pensamento não correspondem mais à perspectiva ordenada, moral e evolutiva, ao contrário da racionalidade moderna, que apresentou a possibilidade de compreender toda a realidade por intermédio da razão. Devido às transformações sociais que veio com o sistema capitalista, o homem tornou-se cada vez mais distante da sua civilidade cultural e humanização. Nas relações de produção também há produção de sujeitos, então um tipo de sujeito é almejado pelo sistema capitalista para poder manter seu ciclo de acumulação. Foucault, em suas análises mostra que o que está em questão nas relações de poder capitalistas é a produção de um sujeito que tenha sua capacidade produtiva econômica liberada e a capacidade política tolhida. O que é se busca é a socialização do sujeito, para adequá-lo às condições de produção, e isso abrange suas capacidades mentais e físicas. E esse tipo de socialização conta com meios como a educação, a persuasão, a mobilização de alguns sentimentos sociais – como ética do trabalho e a lealdade com os companheiros – e inclinações psicológicas - a busca de identidade através do trabalho, a solidariedade social ou a iniciativa individual, que está presente na concepção de ideologias dominantes cultivadas por meios de comunicação de massa, instituições educacionais e religiosas e até o próprio Estado. Assim, a crítica de Foucault é mais bem entendida quando entendemos sua tentativa de responder a problemática que o homem contemporâneo vive como também a valorização do corpo, da singularidade, das práticas e das relações sociais, econômicas e culturais, da linguagem e da arte como formas autênticas da produção da vida e existência humana no mundo.
O Poder para Foucault
Uma sociedade sem relações