fotografia
O grande objectivo deste livro é fazer uma história da fotografia, já que é por ela que se revela uma ontologia da fotografia. Bathcen vai-se afastar das concepções tanto pós-moderna como formalista [distinção conceptual absolutamente contestável], para tal o autor vai empreender historicamente a fotografia adoptando, para tanto, um modo crítico de abordagem histórica tendo como figuras tutelares Michel Foucault (e a sua genealogia) e Jacques Derrida (e a sua desconstrução) (p. VIII). Capítulo 1:
As duas grandes correntes que deram corpo uma ontologia fotográfica foram a pós-moderna – aqui representada por John Tagg (pp. 5-8), Allan Sekula (pp. 8-10), Victor Burgin (pp. 10-11), Abigail Solomon-Godeau (pp. 11-12) – que coloca a fotografia como ausente de si, i.e., a fotografia não tem uma identidade própria já que é objecto de «jogos de verdade» (Foucault) que a inserem em dinâmicas de poder. Deste modo o significado (sdo) da fotografia seria determinado pelo contexto [não será sempre assim?], o que seria resultado de uma ausência de significado histórico pela sua disparidade [o que revela alguma má leitura de Foucault que nega uma transcendência histórica, daí a recusa da Ursprung na genealogia, já que se trata de analisar singularidades que dão corpo àquilo que chamamos de loucura ou sexualidade(s). cf. Dits et Écrtis II (1994), Paris, Gallimard, 2001]. Por outro lado o formalismo – John Szarkowski (pp. 12-15) – vai doar uma consistência ontológica à fotografia que decorre da especificidade do seu médium (pp. VIII-IX).
John Tagg: A fotografia é uma técnica fruto de um agenciamento de poder, para falar como Deleuze. Ela seria uma dispersão de imagens, tecnologias e práticas. Com efeito ela seria indistinguível dos discursos que lhe conferem sentido: a fotografia policial não é separável – nunca – das práticas e discursos criminais [por isso, a técnica não