Fotografia
De acordo com Barthes,[20] muitos não a consideram arte, por ser facilmente produzida e reproduzida, mas a sua verdadeira alma está em interpretar a realidade, não apenas copiá-la. Nela há uma série de símbolos organizados pelo artista e o receptor os interpreta e os completa com mais símbolos de seu repertório.
Fazer fotografia não é apenas apertar o disparador. Tem de haver sensibilidade, registrando um momento único, singular. O fotógrafo recria o mundo externo através da realidade estética.
Em um mundo dominado pela comunicação visual, a fotografia só vem para acrescentar, pode ser ou não arte, tudo depende do contexto, do momento, dos ícones envolvidos na imagem. Cabe ao observador interpretar a imagem, acrescentar a ela seu repertório e sentimento. | Fotografar é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração. |
— Henri Cartier-Bresson |
De qualquer das formas, há muito que a fotografia deixara de ser um mero
meio de exposição da realidade enquanto momento único, estático, de congelamento
da situação fotografada, tendo como único fim o relato da situação: histórica, factual,
social, de eventos, sem qualquer atrevimento de ordem estético-artística.
A obra de arte “instantânea”, no sentido fotográfico do termo, concede a
qualquer observador, a qualquer amante de arte, o grato prazer de apreciar e
contemplar as diferentes “paisagens”, tal como, da mesma forma, a pintura o permite.
O fotógrafo ao “clikar” ou ao “recrear” as composições, recorrendo, neste caso último,
às novas tecnologias de digitalização ou multimédia, convida o contemplador à
colocação de diversas questões. À semelhança do pintor, convida o observador a
reflectir, a interpretar, da forma que entender, a obra de arte.
A fotografia, ao exibir “realidades” naturais, urbanas, humanas, sociais,
fantásticas, absurdas, realistas, surrealistas torna-se