Fotografia: Marcos Tristão

Roland Barthes em “A câmara clara”, 1980 O PUNCTUM forma, juntamente com o STUDIUM, a dualidade que norteia o interesse pela foto. Seria em outras palavras: o objetivo (studium) e o subjetivo (punctum) da foto.
Studium - interesse guiado pela consciência, pela ordem natural que engloba características ligadas ao contexto cultural e técnico da imagem; Punctum - é um interesse que se impõe a quem olha a foto, caráter subjetivo diz respeito a detalhes que tocam emocionalmente o espectador e variam de pessoa para pessoa, é o que instiga na foto, o que fere o apreciador.
O Punctum interessa justamente porque é a própria subjetividade do leitor: ele é pessoal e intransferível, cada um enxergará o seu. E porque realmente atinge, ele faz a foto viver no interior de quem a observa. Confere ao spectator (observador) uma voz, a oportunidade de colocar sua opinião, “(…)aquilo que eu acrescento à foto e que, no entanto, já está lá.”
Barthes: 1980, p.32
Quantidade de afeto envolvida na abordagem da fotografia Studium: ... tem a ver com um afeto médio ... mobiliza um meio desejo ... ordem do to like Punctum: ... amor extremo ... ordem do to love
Espacialidade e, consequentemente, de concentração do afeto envolvido
Studium:
... é uma vastidão ... é o campo muito vasto ... interesse geral Punctum: ... é um detalhe ... são precisamente pontos ... pequena mancha , pequeno corte

Grau de mediação do objeto de seu afeto
Studium:
... está, em definitivo, sempre codificado Punctum: ... força metonímica ... não ser mais um signo, mas a coisa mesma
Intencionalidade
Studium: ... uma espécie de investimento ... invisto com minha consciência soberana ... é fatalmente encontrar as intenções do fotógrafo Punctum: ... me advém ... não sou eu que vou buscá-lo ... é esse acaso que me punge ... o detalhe é dado por acaso