Fotografia - até que ponto podemos confiar
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Fotografia: Até que ponto podemos confiar? Certo dia, no ônibus, voltando para casa depois de um dia trabalhoso na universidade, deparome com duas mulheres conversando. O assunto do diálogo de nada me agradava, mas era uma daquelas situações em que eu era obrigado a ouvir por osmose, pois estava sem o meu fone de ouvido para me salvar. Entretanto, uma das frases que uma delas disse ativou a minha mente, levando-me a encontrar algo de produtivo no que as mesmas estavam falando, um momento nostálgico em relação a um trabalho antigo de faculdade. A frase foi a seguinte: “Você sabe como é né, querida, uma foto vale mais que mil palavras. Foto não mente”. Permanece estagnado em nossa cultura que a câmera nunca mente, pois é nela que gravamos e “congelamos” momentos, muitas vezes, felizes. Nossos critérios de veracidade estão ligados à questão de observar, presenciar o fato, levando muitos ao erro de considerar as fotografias como evidência de autenticidade e objetividade, mesmo na era do photoshop. Muitos fotógrafos sustentavam a ideia de objetividade pelo argumento de que os elementos fotografados deixavam vestígios nas fotos, levando à afirmação de que a imagem transmitida naquele plano não é um trabalho da mão humana, mas sim, da natureza. Será que elas são, de fato, objetivas? Devo dizer para vocês, leitores, que é equivocado tratar uma fonte de análise como algo autêntico, sem considerar um aprofundamento deste conteúdo. Peço um pouco de cuidado da parte de vocês, pois, assim como um documento escrito ou uma pintura, a fotografia deve ser contextualizada dentro do cenário político, social e cultural da foto e do fotógrafo. A artimanha da autenticidade desta fonte pode ser utilizada para transmitir interesses. A mente humana pode ser moldada mais facilmente com uma imagem do que com palavras, pois elas são mais impactantes. Para exemplificar melhor, vamos criar uma situação hipotética. Um jornalista está escrevendo uma matéria relacionada à violência dos policiais