Foto annateresa fabris
1- Da Colagem à fotomontagem: John Heartfield
Introduzir na imagem artística um material até então estranho a ela: a imagem da realidade, não mais apenas os tradicionais materiais da arte. Quadros que combinavam pinceladas com objetos do cotidiano, ou que surgiam a partir de recortes de diferentes imagens, criando novos significados e novas hierarquias. O capitulo ‘da colagem à fotomontagem’ do texto O Desafio Do Olhar, de Annateresa Fabris, apresenta etapas do processo de desenvolvimento da colagem, da fotomontagem e do corte no cinema, situando seus principais criadores bem como o passado artístico e politico, que serviu como base para esses tipos de trabalhos. o cubismo e o futurismo já haviam mesclado imagens pictóricas diversas criando um material heterogêneo, que segundo a autora, deu vida à colagem e a escultura polimatérica.
Boccioni propôs no início da década de 1910 ‘introduzir na arte a dimensão real’ , através de manifestos e obras como Fusão de Cabeça e Janela e Cabeça+ Casa+ Luz, que jogavam com a integração entre esculturas e objetos do cotidiano.
Picasso em 1912 apresenta sua primeira colagem, e alguns meses depois o francês Braque também cria sua natureza morta com a técnica de papier collé. Entre os autores que analisaram estas obras de Picasso e Braque, Douglas Cooper é quem faz uma definição que se apoia na ideia de que os diversos fragmentos utilizados nas obras, embora tenham origens ‘literais’ e ‘ reais’ ganham significados mentirosos, e criam novas imagens com a mesma força lúdica de objetos pintados.
As experiências da colagem e fotomontagem geraram uma tensão entre o real e o artístico, o real e o imitado. Alguns artistas estavam de frente com a possibilidade de mesclar objetos preexistes e criar novas significações, através de um novo ordenamento de significados, ou de uma intervenção artística sobre uma imagem, criando uma nova lógica. A ideia convencional de pintura estava posta