Análise do filme blow-up
Filme de Michelangelo Antonioni (1966)
João Artur Izzo
Thomas é um dos mais ilustres e requisitados fotógrafos de moda da Swinging London (2), ambiente em ebulição da capital inglesa no meio dos anos sessenta, em plena revolução sexual e cultural. É dono de um carro conversível, possuí a casa perfeita, e tem dezenas de modelos à disposição, dando-lhe atenção e outras coisas mais íntimas. Thomas vive a vida que todo homem gostaria de viver. No entanto, sua existência não resiste a uma análise cuidadosa e não se sustenta de forma equilibrada. Suas atitudes flertam com o estranho e mostram inclinações doentias e desvios de comportamento, principalmente de natureza sexual. Tom despreza as modelos, meros objetos, invólucros de nada. No filme, notamos que ele está produzindo um livro de fotografias, mas falta a foto especial que o tornará completo.
Ele busca significados para o seu trabalho, algo mais profundo e catártico. É egocêntrico e Individualista. Diante destes aspectos negativos, sua vida, ao contrário de ser perfeita, parece um Pesadelo. Thomas está exaurido. E não se trata do cansaço físico. É esgotamento moral, alma e mente encontram-se em frangalhos, ele vive em estado de letargia e tédio. Sua existência tornou-se uma repetição sem fim. Ele está encarcerado na rotina, desesperado para que algo extraordinário encha-lhe a vida de razão e propósito. Thomas trata as modelos de modo errático, com rompantes de agressividade. Em suma, tem um comportamento angustiante.
Vive seus dias de forma ociosa, sem estímulos e imerso nas mesmas imagens e situações comportamentais. Num desses dias de indolência, compra um hélice gigantesca apenas porque quer e pode. Depois vai a um parque. Vê um casal se beijando, uma cena banal que, mesmo assim, lhe excita. Ele fotografa tudo, quer captar a realidade, filtrá-la e aprisioná-la. Enfim, decifrá-la. Mas, é percebido pela mulher, que lhe solicita o filme. Ele recusa. Mais tarde, quando revela o rolo e o submete a