Força de Coriolis
A força de Coriolis, como a força centrífuga, é um efeito devido ao caráter não inercial do referencial adotado para descrever o movimento e não pode ser atribuída a qualquer interação fundamental.
Para compreender como aparece a força de Coriolis, vamos considerar o movimento plano de uma partícula em dois referenciais diferentes, um referencial inercial S (eixos X e Y) e um referencial não inercial S* (eixos X* e Y*).
O referencial não inercial S* gira em sentido anti-horário, com velocidade angular ω, em relação ao referencial inercial S. Os dois referenciais têm origens no mesmo ponto e o eixo ao redor do qual o referencial S* gira passa por esse ponto e é perpendicular ao plano dos eixos X e Y e também perpendicular ao plano dos eixos X* e Y* (Fig.15).
Vamos considerar também que, no referencial inercial S, a partícula se movimenta em MRU sobre o eixo X, deslocando-se do ponto A ao ponto B durante o intervalo de tempo ∆t. Além disso, no instante em que a partícula se encontra no ponto A, os eixos X e X* coincidem, assim como coincidem os eixos Y e Y*.
Durante o intervalo de tempo ∆t, durante o qual a partícula se desloca do ponto A ao ponto B no referencial S, ela se desloca do ponto A* ao ponto C* no referencial S*, com um movimento curvilíneo que pode ser decomposto em um MRU, do ponto A* ao ponto B* sobre o eixo X*, e um MRUV, do ponto B* ao ponto C*, na direção do eixo Y* e em sentido contrário àquele considerado como positivo para esse eixo.
No referencial S*, a velocidade da partícula entre os pontos A* e B* tem módulo constante dado por:
Por outro lado, neste referencial, os pontos A e B têm velocidades com módulos:
em que RA* representa a distância do ponto A* à origem do referencial e RB* representa a distância do ponto B* à origem do referencial.
Sendo assim, à distância d* percorrida pela partícula no seu MRUV entre os pontos B* e C* pode ser escrita de duas maneiras:
de modo que:
Aqui, a* representa o