Formação do ser social e ética
Partindo do princípio que a práxis é a ação humana que transforma a realidade, uma união dialética entre teoria e prática, ou seja, ao mesmo tempo em que a consciência é determinada pelo modo como os homens produzem sua existência, a ação humana também é projetada, refletida, consciente, sendo assim, podemos compreender que ela é o conjunto das objetivações humanas, sendo o trabalho sua categoria central. A matéria não é o único objeto da práxis, supõe também formas de interação cultural. Deste modo, a vida social se constitui a partir de várias formas de práxis, tais como: religião, filosofia, trabalho, etc. A base ontológica primária é dada pela práxis produtiva objetivada pelo trabalho.
Através do trabalho é que se forma o ser social, sendo uma atividade própria do homem, a sua essência, pois, é por intermédio dele que o homem se relaciona com a natureza, que só adquire sentido para ele quando a modifica, transformando-a em bens para sua subsistência. Diferente dos animais, que age somente por instinto, o homem idealiza a transformação da natureza através da matéria dada, estabelecendo mediações que respondem suas necessidades de forma consciente, racional, projetiva transformando os sentidos de forma livre e criativa. Ao contrário de uma ave que constrói seu ninho, o homem realiza o seu fim na matéria. Esse novo ser alarga seus horizontes, ampliando o seu domínio sobre a natureza e sobre si mesmo. “De acordo com Lukács, o trabalho é antes de tudo, em termos genéticos, o ponto de partida da humanização do homem, do refinamento de suas faculdades, processo do qual não se deve esquecer o domínio sobre si mesmo”. (LUKÁCS, 1979, p. 87 apud BARROCO, 2008, p. 21).
No mundo capitalista tudo é coisificado, inclusive as relações, que passam a serem relações entre coisas, sendo assim, o homem não se reconhece naquilo que produz. Tudo se transforma em mercadoria no processo de produção, inclusive o próprio