FORMAÇÃO DO PROFESSOR A formação do professor é também resultado de uma atividade interdisciplinar, à medida que exige dele o domínio de conhecimentos que extrapolam a sua mera especialização disciplinar. No ensino de Língua Portuguesa, o professor deve conhecer, por exemplo, Psicologia da Aprendizagem, para nortear seu trabalho em sala de aula, pois a metodologia a ser empregada dependerá de sua visão sobre a aquisição da linguagem. Pode-se dizer que somente assim terá condições de estabelecer um trabalho coerente entre teoria e prática. Se o professor acreditar que a aquisição da linguagem, como pensavam os estruturalistas empíricos, depende exclusivamente do ensino, continuará trabalhando com exercícios estruturais repetitivos, drills, instrução programada, etc., acreditando que o aluno, ao introjetar as estruturas lingüísticas, estará aprendendo português. Estarão na base desse trabalho os pressupostos de uma psicologia skinneriana ou behaviorista, do E-R. Da mesma forma, o professor de português precisa conhecer Sociolingüística, para chegar a ter a compreensão de que a Língua Portuguesa é uma unidade na diversidade, ou seja, é uma só língua constituída de diversos dialetos, com maior ou menor prestígio social. Assim, o professor terá condições de realizar um trabalho, partindo do fato de que a modalidade culta, ensinada na escola, é apenas o dialeto prestigioso, que tem, como os demais, uma gramática própria, o que relativiza o erro em língua. Já o conhecimento de Psicolingüística permitirá ao professor de língua compreender, entre outros, os diversos conceitos de leitura como processo. Se o professor acreditar que a leitura é um processo ascendente, bottom-up, centrado no texto, continuará a conceber o aluno como objetivo do sentido do texto, alguém que está ali para decifrá-lo, digeri-lo, decodificá-lo. É o que denominam leitura logocêntrica, autoritária, sem possibilidade de negociação de sentido. No campo dos estudos lingüísticos, o