Formação do hábito e do comportamento alimentar da criança
A alimentação durante a infância, ao mesmo tempo em que é importante para o crescimento e desenvolvimento, pode também representar um dos principais fatores de prevenção de algumas doenças na fase adulta. Dessa forma, o comportamento alimentar ocupa um papel central na prevenção e tratamento de doenças.
Assim, os alimentos ou o tipo de alimentação consumida rotineiramente e repetidamente no cotidiano caracterizam o hábito ou o comportamento alimentar. No entanto, não é simplesmente a repetição do consumo do alimento que desenvolve o comportamento, pois alguns fatores podem influenciar a aquisição deste. A disponibilidade e o acesso ao alimento em casa, as práticas alimentares e o preparo dos alimentos influenciam o consumo da criança.
A população infantil é, do ponto de vista psicológico, socioeconômico e cultural, influenciada pelo ambiente onde vive, na maioria das vezes constituído pelo ambiente familiar. Quando o ambiente é desfavorável, o mesmo poderá propiciar condições que levem ao desenvolvimento de alterações alimentares que, uma vez instalados, poderão permanecer ao longo da vida.
As crianças, especialmente aquelas na fase pré-escolar, têm o hábito alimentar caraterizado fundamentalmente pelas suas preferências. As crianças desta faixa etária acabam consumindo somente alimentos de que gostam, recusando aqueles de que não gostam. Isso porque o gosto dos alimentos pode ser associado a situações boas ou ruins. Esta é, provavelmente, a base do “efeito de familiaridade”, sendo mais evidente nas crianças.
Processos de aprendizagem na alimentação
1 – Sabor-sabor: Neste tipo de aprendizagem, o sabor está associado ao prazer. A percepção dos sabores compreende a sensação do doce, salgado, azedo e amargo e alguns outros associados a aminoácidos (estruturas básicas das proteínas). A sensibilidade ao sabor doce já aparece na fase pré-natal, possivelmente sendo estimulada pelas substâncias do líquido