Formação de impressões
1. Resumo Este estudo tem como objectivo avaliar o efeito de precedência (primeiras impressões) usando como estímulo descrições comportamentais de um sujeito, o Miguel. Espera-se que, devido a este efeito, na primeira condição (condição onde é lida em primeiro lugar a descrição do Miguel como sendo extrovertido) o Miguel seja considerado mais extrovertido, sociável e expansivo do que na segunda condição (condição onde é lida em primeiro lugar a descrição do Miguel como sendo introvertido). Os resultados não foram totalmente corroborantes com as hipóteses, uma vez que na segunda condição os participantes responderam de acordo com o efeito de recência e não de precedência como era esperado. 2. Introdução
Formar uma impressão, significa organizar a informação disponível acerca de uma pessoa de modo a podermos integrá-la numa categoria significativa para nós. Apesar de uma pessoa poder revelar características diferentes, ou mesmo contraditórias, não hesitamos em criar dela uma impressão unificada (Asch, 1946).
Para serem formadas impressões não é necessária muita informação. Esta informação pode ser obtida de modo directo, a partir de simples indícios comportamentais verbais ou não verbais e de interacção, ou de modo indirecto, através de comentários e ideias de outras pessoas. De ambos os modos é possível criar uma ideia global e coerente acerca das outras pessoas.
A avaliação é um componente fundamental de organização das primeiras impressões, podendo ser do tipo afectivo, moral e instrumental.
As primeiras impressões permitem-nos filtrar a variabilidade do comportamento da outra pessoa e fixar certos traços assumidos como estáveis. Segundo Scheneider et al. (1979) esta estabilidade atribuída permite-nos por sua vez percepcionar a coerência e continuidade da pessoa, assim como predizer o seu comportamento futuro.
O estudo das primeiras impressões tem vindo a realizar-se no contexto de três