Formas farmacêuticas líquidas
PRINCIPAIS VEÍCULOS, AGENTES COADJUVANTES E INCOMPATIBILIDADES
Características dos excipientes: Nas formas farmacêuticas, os excipientes representam a maior parte da forma farmacêutica (em relação ao volume da forma), quando comparados com a concentração do ativo. Do ponto de vista químico, a inércia atribuída aos excipientes deve ser encarada com certas reservas. Sua reatividade, apesar de baixa, pode ser potencializada por fatores físico-químicos do meio, desencadeando reações que podem levar à desestabilização da forma e/ou degradação do fármaco: presença de grupos funcionais alcoólicos, grupos terpênicos em flavorizantes, corantes contendo iodo, espécies complexantes (EDTA) ou substâncias redutoras (lactose). Inúmeros excipientes possuem centros quirais (amido e celulose) que podem interagir com fármacos racêmicos. Outra característica dos excipientes clássicos é a inatividade farmacológica e toxicológica, o que não pode ser generalizado.
Características de um excipiente ideal:
- Toxicologicamente inativo.
- Química e fisicamente inerte frente ao fármaco.
- Compatível com outros ingredientes da formulação.
- Incolor e insípido.
- Elevada fluidez e boa capacidade de escoamento.
- Disponível a partir de diversas fontes, com custos adequados.
- Fácil de ser armazenado.
- Características reprodutíveis lote-a-lote.
- Desempenho consistente com a forma farmacêutica ao qual se destina.
Instabilidades e Aspectos Críticos na Formulação de Líquidos:
A. Instabilidade Química: Fármacos em preparações líquidas podem estar mais susceptíveis a reações químicas de degradação, como hidrólise, oxidação e redução. A velocidade da reação de degradação é influenciada pelo pH, pela presença de metais, pela exposição à luz, pela temperatura (geralmente é maior em temperaturas mais altas). Fármacos em solução são mais vulneráveis à degradação química do que no estado sólido (em suspensões).
B.