Formas da família na sociedade contemporânea
“ A família participa dos dinamismos próprios das relações sociais e sofre as influências do contexto político, econômico e cultural no qual está imersa. A perda de validade de valores e modelos da tradição e a incerteza a respeito das novas propostas que se apresentam, desafiam a família a conviver com certa fluidez e abrem um leque de possibilidades que valorizam a criatividade numa dinâmica do tipo tentativa de acerto e erro” ( PETRINI ) INTRODUÇÃO Escrever sobre mudanças na família implica entender a sua história ao longo do tempo. Verificar como a família hierarquizada do passado foi perdendo seus atributos institucionais, cedendo espaço a outros agentes sociais. ROUDINESCO divide em três etapas a história da família: Tradicional, Moderna e Contemporânea. Vejamos esquemática e resumidamente suas características mais marcantes:
Tradicional - não era dada importância à vida afetiva dos cônjuges, pois os casamentos eram arranjados pelas famílias para assegurar a transmissão de bens patrimoniais e alianças políticas. O lugar do “pater família” era fortemente marcado e a figura do pai se constituía como fator de identificação dos filhos.
Moderna - surgiu com o advento da industrialização e o fim das grandes propriedades rurais. Esta família valorizou a reciprocidade dos sentimentos. Na divisão do trabalho entre os cônjuges cabia ao homem o espaço público do mundo do trabalho fora de casa, com encargo de prover todo o grupo familiar, e à mulher o espaço privado do lar, com a tarefa de cuidar da casa e ocupar-se dos filhos. A instituição do casamento era valorizada. Nos dois períodos acima, a família tinha funções bem definidas: Reprodutora - a de conceber filhos, contribuindo para a manutenção da espécie humana; Econômica - garantir a sobrevivência e uma vida material digna aos seus membros; Estratificadora