formacoes salinas
Reginato Fernandes dos Santos et al.
39(1): 81-100, março de 2009
A Formação Salinas, Orógeno Araçuaí (MG): história deformacional e significado tectônico
Reginato Fernandes dos Santos1, Fernando Flecha Alkmim1 &
Antônio Carlos Pedrosa-Soares2
Resumo A Formação Salinas, constituída de meta-arenitos, metapelitos e metaconglomerados, tem como principal área de ocorrência as vizinhanças da cidade homônima (norte de MG), onde jaz em discordância sobre rochas do Grupo Macaúbas, a oeste, e é intrudida por corpos graníticos neoproterózicos e cambrianos, a leste. Quatro gerações de estruturas deformacionais foram caracterizadas nessa região e três delas afetam as rochas da Formação Salinas. Os elementos da fase mais antiga, DD, correspondem a dobras, falhas e estruturas de convolução e são de natureza adiastrófica, sin-deposicional. Relacionadas ao desenvolvimento do Orógeno
Araçuaí, têm-se as fases D1, D2 e DG. A fase D1, representada por dobras e zonas de cisalhamento associadas a uma série de estruturas de pequena escala, teve lugar durante o Evento Brasiliano (585 a 560 Ma) e foi acompanhada de metamorfismo regional nas condições da fácies xisto verde a anfibolito. A fase D2, associada ao colapso distensional do orógeno (520 a 500 Ma), é marcada por um trem de dobras vergentes para ESE associadas a uma clivagem de crenulação e por zonas de cisalhamento normais. Estas estruturas afetam somente unidades do Grupo Macaúbas. A fase DG, associada ao processo de intrusão das rochas graníticas da região, foi responsável pelo arqueamento das camadas da Formação Salinas, acompanhado por um evento de metamorfismo de contato. A constituição, idade, história deformacional e o cenário tectônico da Formação Salinas no
Orógeno Araçuaí indicam que sua deposição deu-se em uma bacia sin-orogênica (flysch), desenvolvida entre uma margem passiva e uma frente orogênica em desenvolvimento.
Palavras-chave: Formação Salinas, Orógeno