Fontes de Lado a Lado
KARAM, Francisco José
Doutor
UFSC fjkaram@terra.com.br SCHMITZ, Aldo Antonio
Mestrando
UFSC aldoschmitz@gmail.com RESUMO
Este artigo confronta a ética das fontes de notícias com a deontologia dos jornalistas. Os protagonistas são colocados frente a frente para apurar as responsabilidades, os conflitos, direitos, equívocos e, inclusive, as promiscuidades. Além do diálogo entre autores, confere-se nos manuais de redação e ética dos principais jornais brasileiros – Folha de S. Paulo, O
Estado de S. Paulo, O Globo e Zero Hora – como tratam essa relação. Palavras-chave: Jornalismo. Ética. Fonte de notícias.
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KARAM, Francisco José; SCHMITZ, Aldo Antonio
Quando o outro entra em cena, nasce a ética. Umberto Eco
1 INTRODUÇÃO
O jornalismo vale-se dos conflitos, da diversidade de ideias, da variedade de opiniões, da multiplicidade de interesses e da complexidade das relações humanas, atributos protagonizados pelas fontes jornalísticas e percebidos pelo público pela notoriedade, surpresa, utilidade, dramaticidade, pelo suspense, conhecimento e inusitado. Pois as
“interações do jornalista com a fonte envolvem conflitos e acordos inevitáveis, porque a interlocução é viva, interessada” (CHAPARRO, 2001, p. 43).
As fontes empresariais e institucionais, principalmente, primam pela precisão técnica, pelo rigor dos dados, pela narrativa unilateral e evitam notícias sobre discussões em curso. Segundo Christofoletti (2008, p. 48), “a fonte acredita que sua versão não será distorcida ou pervertida. O profissional crê que as falas de seu entrevistado estão próximas do que efetivamente ocorreu” e torna público o momento transitório para que a sociedade interfira no debate.
No afã de fazer revelações de impacto, a mídia atropela alguns limites, em nome de um suposto interesse público, que ela mesma estabelece. Sobrepõe direitos, imagem e reputação, sem