Fogo Morto
Três novelas interligadas, com a história pungente de três personagens trágicas. Um romance recheado de tristeza. A presença patética do romance a de Vitorino Carneiro da Cunha, o Papa-Rabo, figura poderosa, inesquecível. O romance cheio de loucura, que uma das obsessões de José Lins, como a morte e o sexo. Em Fogo Morto análise e sexo se fundem. A obsesso angustiante do sexo vencida pela análise da alma humana, naquele áspero mundo de fatalismo e misticismo. O autor nos envolve com seu estilo lírico, as três personagens entrecruzam-se no espaço e no tempo narrativo. Uma narrativa multifacetada, com pluralidade de vises. O imenso painel da sociedade rural do Nordeste, na transição da economia mercantil para a economia pré-capitalista. Uma espécie de síntese de toda a obra ficcional de José Lins do Rego.
Primeira parte
O mestre José Amaro - artesão que lida com couro, mora nas terras do engenho Santa Fé, pertencente ao coronel Lula de Holanda Chacon. O fantasma da decadência econômica mais sugerida do que descrita ronda o seu trabalho. José Amaro um homem amargurado e sofrido que rebela-se contra a prepotência dos senhores de engenho através de uma altivez que beira a arrogância. O desprezo que sente pelos coronéis leva-o a engajar-se como informante do bando de cangaceiros chefiado por Antônio Silvino. Assim, ele manifesta sua rejeito aos poderosos e ordem constituída.
Contudo, José Amaro tem o coração moldado pelos valores patriarcais dominantes. Por isso, maltrata sua esposa, Sinhá, e sobretudo sua filha, Marta que, com trinta anos, continua solteira e começa a ter agudas convulses nervosas. Em um dos momentos mais