Fogo morto
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|Fogo Morto (1943) é a obra-prima de José Lins do Rego. Como romance de feição realista, esse livro procura penetrar a |
|superfície das coisas e revelar o processo de mudanças sociais por que passa o Nordeste brasileiro, num largo período que vai |
|desde o Segundo Reinado, incluindo a Revolução Praieira e a Abolição, até as primeiras décadas do século XX. |
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|O tema central de Fogo Morto é o desajuste das pessoas com a realidade resultante do declínio do escravismo nos engenhos |
|nordestinos, nas primeiras décadas do século XX. O romance conta a história de um poderoso engenho, o Santa Fé, desde sua |
|fundação até o declínio, quando se transforma em "fogo morto", expressão com que, no Nordeste, designam-se os engenhos |
|inativos. Retomando o espírito de observação realista, o autor produz um minucioso levantamento da vida social e psicológica |
|dos engenhos da Paraíba. Em virtude do apego ao cotidiano da região, Fogo Morto apresenta não apenas valor estético, mas |
|também interesse documental. |
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|Fogo Morto não se esgota na classificação de romance regionalista, embora essa seja uma noção correta. Há outros componentes |
|importantes na obra, a partir dos quais se pode