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ESCALO — Se há alguém em Viena de tamanha graça e tal honra, sem nenhuma dúvida é lorde Ângelo.
DUQUE — Vede-o. Aí vem vindo.
(Entra Ângelo.)
ÂNGELO — Como obediente escravo da vontade de Vossa Graça, venho para vosso prazer ficar sabendo.
DUQUE — Ângelo, em tua vida indícios se notam que revelam a quem te examinar, toda tua história. Nem tuas qualidades te pertencem, nem tu próprio a ti mesmo, para a vida gastares só com elas ou as virtudes contigo apenas. Faz o céu conosco como com a luz, que a si não se ilumina. Se nossas qualidades não saíssem de nós, seria à justa como se elas não existissem. Todos os adornos de uma bela alma valem tão-somente por seus nobres efeitos, não cedendo jamais a natureza um só escrópulo de suas excelências, sem que exija para si, como deusa previdente, no jeito dos credores, não só os juros, mas também gratidão. Estou falando a quem conhece bem a natureza de minha situação. Ouve, pois, Ângelo: Sê plenamente Nós em nossa ausência. O castigo e a demência, agora, em Viena, só te pendem do peito e do discurso. O velho Escalo, embora