Fluoxetina
Fluoxetina no tratamento das cefaléias: prós e contras
Fluoxetine in the treatment of headache: pros and against
Wilson Farias da Silva,1 Gutemberg Guerra Amorim,2
Joaquim Costa Neto,3 Waldmiro Diegues Serva4
Professor titular e docente-livre de Neurologia da UFPE,
Dpto. de Neuropsiquiatria – Hospital das Clínicas,
Cidade Universitária, Recife-PE
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Residente em Neurologia – HC-UFPE
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Professor adjunto de Neurologia da UPE
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Professor adjunto de Neurologia da UFPE
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INTRODUÇÃO
O uso de antidepressivos no tratamento de cefaléias teve início em 1969 quando Anthony e Lance utilizaram, com bons resultados, redução em 50% das crises de migrânea em 20 de 25 pacientes, um inibidor de monoaminoxidase. O IMAO prescrito, a fenelazina, não tinha seletividade, o que limitava seu uso em face das restrições de vida que necessariamente deveriam ser impostas face a proibição ao uso concomitante de uma variedade bastante significativa de alimentos e medicamentos.
Em um segundo momento, os antidepressivos tricíclicos, particularmente a amitriptilina, passaram a ser recomendados (Gomersall e Stuart, 1973; Couch et al, 1976).
A amitriptilina demonstrou ser uma excelente opção para o tratamento profilático não apenas da migrânea mas, também, da cefaléia do tipo tensional e de síndromes dolorosas outras como a neuralgia pós-herpética. A eficácia terapêutica da amitriptilina é indiscutível, porém seus efeitos adversos – principalmente o ganho de peso, a secura da boca, a constipação intestinal, a taquicardia e a possibilidade de agravar glaucoma de ângulo estreito – restringem seu uso.
Mais recentemente, uma nova categoria de antidepressivos, os inibidores seletivos de recaptação de serotonina, tornaram-se disponíveis, e um deles, a fluoxetina, é motivo desta comunicação. As drogas do grupo – algumas inibem também a recaptação da noradrenalina – são ditas como tendo reações adversas bem menos marcantes do
Migrâneas cefaléias, v.7, n.1,