Fluido Terapia
UMA ABORDAGEM PRÁTICA
Prof. Dr. Júlio Augusto Naylor Lisbôa
Departamento de Clínicas Veterinárias
Universidade Estadual de Londrina janlisboa@uel.br Os desequilíbrios hídricos, eletrolíticos e ácido-básicos são freqüentemente observados na rotina clínica acompanhando um certo número de doenças importantes das espécies ruminantes. A interdependência entre os mesmos é complexa e a magnitude pode variar de acordo com a enfermidade e ao longo de sua evolução. Diferentes processos patogênicos determinam diferentes tipos de desequilíbrios, particularmente os relacionados aos eletrólitos e ao estado ácido-básico. A compreensão dos mecanismos envolvidos é o requisito fundamental para alcançar o objetivo final: a correção bem sucedida dos desequilíbrios presentes. O sucesso do tratamento depende de escolhas apropriadas com respeito ao tipo de solução, volume, via de administração, velocidade de administração e intervalo entre doses. A disponibilidade de produtos comerciais adequados, o custo envolvido e a facilidade de aquisição são considerações essenciais que algumas vezes se impõem como fatores práticos limitadores para o clínico buiatra. Distintamente da conduta terapêutica adotada em pequenos animais e em seres humanos, a dificuldade em realizar infusões intravenosas lentas e prolongadas é uma outra particularidade digna de nota. O presente trabalho não possui o compromisso de revisar o assunto de maneira aprofundada e abrangente. Alguns princípios conceituais serão reforçados. Os aspectos de ordem prática serão apontados.
Compreendendo os desequilíbrios e as condições em que ocorrem
A situação fisiológica de equilíbrio dos fluidos e eletrólitos no organismo depende de um balanço externo, representado pela relação entre os mecanismos de ingestão/absorção e os de eliminação/secreção; e de um balanço interno, relacionado à distribuição entre os compartimentos fluidos corporais (intracelular e extracelular; este