Florestan fernandes
Autor: Florestan Fernandes
Resenhado por: Gilcerlândia Pinheiro de Almeida Nunes (UFRN)1
Florestan Fernandes teve sua vida dedicada aos estudos de Sociologia, à docência e à educação de forma mais ampla (ele acreditava que os educadores deveriam ser engajados na tarefa da transformação social), e à militância política2. Para a Sociologia brasileira trouxe inovações muito importantes, como a introdução da reflexividade com a qual foi permitido descortinar algumas produções teóricas sobre a realidade social brasileira e as reler, de forma crítica. No conjunto de obras que Florestan produziu durante sua vida acadêmica, nota-se sempre a preocupação com a realidade social das minorias.
Algumas obras importantes podem ser citadas, como: Organização social dos tupinambá (1949) e A função social da guerra na sociedade tupinambá (1952), ambas são indispensáveis para os que se interessam em conhecer as sociedades indígenas brasileiras; Fundamentos empíricos da explicação sociológica (1959), uma obra considerada clássica na sociologia do autor e essencialmente epistemológica;
A integração do negro na sociedade de classes (1964), livro que será aqui resenhado, é parte de uma obra publicada em dois volumes, mas ambos tratam com presteza das relações raciais brasileiras, e será melhor debatida no decorrer do trabalho; e ainda, A revolução burguesa (1975), uma obra que faz os leitores ter contato com uma interpretação interessante sobre o Brasil pós-colonial. Esta é apenas uma
1 Aluna do Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, bolsista do CPQq e orientanda da Profa. Dra. Maria Lúcia Bastos Alves.
2 Florestan esteve envolvido em movimentos políticos e graças a isso foi exilado no Canadá no período da Ditadura militar no Brasil onde se tornou professor de Sociologia da Universidade de Toronto.