Florestan fernandes

Florestan Fernandes, em A herança intelectual da Sociologia, diz que esta ciência não se restringe em explicar somente as condições de existência social do homem embora esse tema seja de grande importância, uma vez que o homem sempre foi o principal objeto da curiosidade humana(p. 11). Fernandes explica que a sociologia surge primeiro como um ramo intelectual das sociedades modernas e somente mais tarde passa a ser considerada uma ciência importante para modificar a sociedade. As transformações político-sociais certamente contribuíram para esse esplendor, resultando numa avançada análise científica dos fenômenos sociais humanos. Apesar do progresso, a sociologia teve dificuldades para quebrar as correntes do pensamento moderno. Segundo o autor, ela fora muitas vezes reduzida às proporções de uma Filosofia Política (da Questão Social).A nova ordem social, mais complexa e instável, resultou no surgimento da consciência realista das condições de existência(p.13), que despertou a percepção social do sujeito e aumentou a área de debate para esse ramo científico. Portanto, o pensamento racional ligado às situações práticas evoluiu rapidamente. Para Fernandes, a Filosofia moderna propiciou esse desenvolvimento. Os grandes pesquisadores buscavam tirar proveito e descrever a ordem social, tudo isso segundo análises desse sistema. Por meio dessa Filosofia da Ação Humana(p. 16) podiam compreender melhor a natureza humana. Foi ela quem guiou e impulsionou os estudos no ramo da sociologia. A escassez de informações e o confinamento das aplicações sociológicas às sociedades europeias, porém, dificultaram a caracterização material do objeto da Sociologia (p. 18).Em suma, a herança intelectual da sociologia é bastante rica no sentido em que a filosofia forneceu instrumentos que permitiram a solução de inúmeros problemas. Por outro lado, revelou-se pobre e obstrutiva(p.20), uma vez que a pesquisa empírica sistemática perdeu