Florestan Fernandes

Introdução
Florestan Fernandes nasceu em 1920 em São Paulo, filho de uma migrante portuguesa analfabeta que o criou sozinho como empregada doméstica. Aos seis anos ele começou a trabalhar como engraxate. Mais tarde, já com professor acadêmico e pesquisador, afirmaria que esse foi o início da sua aprendizagem sociológica, pelo contato que teve com os habitantes da cidade. Quando tinha nove ano, a necessidade de ganhar dinheiro para própria sobrevivência o fez abandonar os estudos, que só recuperaria com um curso supletivo. Em 1938, já com 18 anos, foi aprovado para o curso de Ciência Sociais da Universidade de São Paulo (USP). Quando ingressou na Universidade de são Paulo, era vendedor de produtos farmacêuticos. Florestan escolheu o curso de Ciências Sociais porque tinha turno noturno, o que lhe permitia trabalhar durante o dia. O impacto da universidade é assim descrito por ele: "O Vicente que eu fora estava morrendo e nascia em seu lugar, de forma assustadora para mim, o Florestan que eu queria ser".
Depois de formado, iniciou sua carreira de docente em 1945, como assistente do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II. Em 1951, o já sociólogo Florestan Fernandes defendeu sua tese de doutorado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP: "FUNÇÃO SOCIAL DA GUERRA NA SOCIEDADE TUPINAMBÁ", posteriormente consagrada como clássico da etnologia brasileira.
Florestan foi um grande defensor da educação pública de qualidade e para todos. Ele foi a favor do projeto de Reformas de Base do presidente João Goulart, que foi deposto pela Ditadura Civil-Militar, o que complicou muito sua situação no Brasil. Florestan foi contra a Reforma Universitária imposta pela ditadura em 1968, que iam contra seus ideais de educação pública. Acabou sendo aposentado compulsoriamente em 1969 com base no Ato Institucional 5 (AI-5).
Após a "aposentadoria", Florestan foi professor nas Universidades de Yale nos Estados Unidos da América e na Universidade de Toronto