Floração do café
Eng. Agrônomo PhD
| |O processo de floração do cafeeiro, desde sua "iniciação" até a abertura da flor ou "antese", é ainda um mistério que envolve modificações bioquímicas, morfológicas e fisiológicas. Na floração são reconhecidas quatro fases distintas, mas com certo grau de sobreposição entre elas: (i) iniciação floral; (ii) diferenciação ou desenvolvimento das partes da flor; (iii) dormência do botão floral e (iv) abertura da flor, florada ou antese (Figura; fotos adaptadas de Camayo e Arcila, 1996).
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Pode ocorrer um número variável de floradas, em função das características do cultivar, como a carga genética e as condições nutricionais, e dos fatores ambientais, como a radiação solar, a temperatura, a disponibilidade hídrica e o déficit de pressão (DPV) do ar, entre outros. Da interação desses fatores dependem a produtividade, a qualidade e a maior ou menor facilidade da colheita.
As inflorescências do café arábica são formadas nas axilas das folhas dos ramos laterais (plagiotrópicos) formados na estação de crescimento anterior (no caso do canéfora, também nos ramos formados na estação atual). As axilas das folhas possuem até 6 gemas ordenadas numa série linear, ou seja, 12 gemas/nó. Os nós em geral produzem de 6 a 8 gemas floríferas, se desenvolvendo normalmente apenas uma por vez, permanecendo as demais gemas seriadas dormentes, em número de 4 a 6, como reserva para futuras ramificações laterais secundárias ou terciárias, fundamentais para a renovação da planta, seja após secas-de-ponteiros ou podas, como o esqueletamento.
As gemas floríferas podem se desenvolver em inflorescências contendo até 4 flores, e a este conjunto denomina-se "glomérulo" (figura). Assim, a quantidade de flores depende estreitamente do número de nós dos ramos laterais, primários ou de ordem superior, formado na estação de crescimento anterior (cerca de setembro a maio).
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