Flexão de número e processo pronominal
1. Flexão de Número
Primeiramente, é necessário reconhecer que o conceito de número não é tão simplório quanto aparenta. O autor destaca três noções: o plural meramente gramatical (sem oposição de sentido), o plural cujo morfema [s] adquire função de morfema derivativo e o plural dos substantivos coletivos.
A flexão de número nos substantivos, adjetivos, pronomes, artigos e numerais é indicada pela presença do morfema de plural [s], enquanto a ausência do morfema [Ø] refere-se a forma singular.
Embora aparentemente simples, há complicações nessa descrição. Em palavras como lápis, ônibus, ourives e xis, o /s/ final não representa um morfema de plural (o mesmo ocorre com o adjetivo simples). A pluralização nesses casos ocorre através de recursos sintáticos, como em: os pires de porcelana. Nessa frase, a indicação de que o substantivo pires está no plural é o determinante os. Outro exemplo pode ser: os lápis novos. Aqui, a indicação de pluralização está no morfema [s] presente em os e novos.
Outra complicação é a mudança morfofonêmica que ocorre em algumas palavras quando as pluralizamos, como em colchão → colchões, canil → canis, etc.
Em relação à flexão propriamente dita, podemos resumir alguns esquemas. A maneira mais simples para realizá-la seria simplesmente adicionando uma desinência de número ao radical, servindo tanto para nomes temáticos quanto para os atemáticos (ex: sapos, cafés).
O esquema seguinte propõe a supressão da vogal temática e a adição das desinências de gênero e número para os nomes temáticos (ex: garotas, oitavas).
Em nomes terminados por /l/, /s/, /r/ e /z/, adiciona-se a vogal temática e a desinência de número ao radical (ex: mal → males, mês → meses).
Alguns nomes com as terminações /al/, /el/, /ol/ e /ul/, possuem temas teóricos com lê, tal qual bananal (bananale) e azul (azule). Nesse caso, adiciona-se ao tema a desinência de número e as alomorfias da raiz e da vogal temática. O exemplo dado pelo autor para