Flexibilidade
Podemos definir flexibilidade como a disponibilidade de uma articulação em ser movimentada ao longo de toda a amplitude natural do movimento. É uma característica própria de cada articulação, e depende não só desta como também do seu tecido circundante, nomeadamente ligamentos, músculos e tendões. É parcialmente condicionada pelo componente genético do indivíduo. Diminui progressivamente depois de acabar o desenvolvimento musculoesquelético.
Importa distinguir esta característica da elasticidade. Esta refere-se à deformabilidade de uma estrutura quando nela atua uma força exterior, retomando a sua forma inicial quando a referida força deixa de atuar. É uma propriedade do músculo em repouso. Neste estado, qualquer que seja a posição das articulações, existe certo estiramento muscular. Se houver uma rotura tendinosa, como por exemplo, do tendão da longa porção dos bicípedes braquiais, imediatamente haverá um encolhimento do corpo muscular, traduzido por uma formação globosa na extremidade superior ou inferior do braço.
Há ainda a distinguir a boa flexibilidade, que é a amplitude ótima do movimento articular relacionada com a articulação em causa, da hiperlaxidez ligamentar. Um joelho hiperestendido é um joelho laxo, portador de excesso de movimento, que nada a tem a ver com flexibilidade ótima. Esta situação poderá dar origem a lesões. Impõe-se, então, que o treino de flexibilidade não deverá ser exagerado nos atletas em desenvolvimento.
O treino e desenvolvimento da flexibilidade não é exigente, pois, na maioria dos casos, o suficiente é suficiente. O mesmo não acontece com treino de endurance cardiovascular ou muscular, no qual quanto maior seu desenvolvimento melhor será a performance do atleta. Mas na flexibilidade, se o necessário para desenvolver determinado gesto ou atividade desportiva é atingido, não será necessário desenvolvê-la mais, bastando apenas a sua conservação.