Fisioterapia
Surfactante pulmonar: composição, função e metabolismo
Celso Moura Rebello
Doutor em Pediatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Coordenador da Unidade de Pesquisa Experimental do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (IC-HC-FMUSP). Membro do Comitê de Neonatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
Edna Maria de Albuquerque Diniz
Professora livre-docente em Neonatologia do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Chefe da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (IC-HC- FMUSP).
Introdução
Um dos maiores avanços obtidos no campo da Neonatologia na última década deste século foi, sem dúvida, o desenvolvimento e a disponibilidade comercial do surfactante exógeno para o tratamento da doença das membranas hialinas (DMH). Esta doença é causada primariamente por uma deficiência de surfactante ao nascimento(1). Os recém-nascidos com esta doença são prematuros com sistemas de produção e/ou reciclagem de surfactante ainda em desenvolvimento(7), possuindo, em decorrência da prematuridade, uma maior permeabilidade endotelial e alveolar a proteínas(12), facilitando a ocorrência de edema pulmonar com a consequente inativação tanto do surfactante presente na luz alveolar como do surfactante exógeno utilizado para o tratamento desta patologia(8).
A terapêutica com surfactante exógeno permitiu uma redução das taxas de mortalidade neonatal entre os prematuros extremos, com impacto inclusive na mortalidade infantil dos países desenvolvidos.
No entanto o uso adequado desta nova classe de medicamentos implica em um conhecimento não apenas da fisiopatologia da DMH, mas também da composição, função e metabolismo do surfactante pulmonar(18).
Funções do surfactante pulmonar
O resultado da interação físico-química entre as moléculas de água e o ar presente