Fisioterapia
É freqüente a sobrecarga musculoesquelética em trabalhadores, resultando no aumento da prevalência de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). Visando a saúde do trabalhador, e para reduzir o índice de afastamento, deve-se enfatizar a prevenção desses distúrbios. Os objetivos deste estudo foram analisar a ergonomia de um setor financeiro e as posturas dos funcionários durante as tarefas e propor soluções para minimizar os riscos ergonômicos. A análise foi feita mediante três instrumentos de observação simples - avaliação rápida de membros superiores RULA (sigla em inglês de rapid upper limb assessment), checklist de Couto e análise ergonômica focada na atividade - e aplicação do questionário SF-36 aos funcionários. Verificou-se a presença de fator biomecânico de moderada importância, com risco de DORT improvável, porém possível; em outro instrumento, os resultados indicam que o ambiente de trabalho está próximo do ideal. Em análise mais detalhada, as posturas de trabalho foram classificadas como as piores possíveis, requerendo mudanças imediatas. No SF-36 os escores foram elevados, sugerindo qualidade de vida adequada. Assim, embora o ambiente de trabalho se apresente adequado, o uso incorreto dos equipamentos, a má distribuição e forma incorreta de realização das tarefas ocasiona riscos ergonômicos. Visando minimizar estes, são propostas estratégias de intervenção preventiva, sugerindo-se ações específicas nos domínios que apontaram maiores riscos ergonômicos.
INTRODUÇÃO
Desde a revolução industrial, as transformações na organização do trabalho decorrentes do avanço tecnológico e da exigência de alta especialização indicaram um novo caminho para a análise da relação homem-trabalho e suas conseqüências1,2. No atual contexto socioeconômico houve um aumento preocupante da prevalência dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), que passaram a receber maior atenção das empresas, organizações de saúde e do Estado3-8.
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