Fisiologia do fígado
1. Funcões do fígado Genericamente, a função do fígado é regular a concentração sérica de várias espécies químicas de extrema importância fisiológica. Especificamente, as funções do fígado são:
Regulação dos níveis séricos de carboidratos, de lipídios, de proteínas e dos produtos do seu metabolismo. Ao fazê-lo o fígado participa de forma relevante do metabolismo destas espécies químicas
Síntese de proteínas e de outras moléculas (aminoácidos não essenciais, por exemplo) séricas
Armazenamento de vitaminas e metais (Fe)
Degradação de hormônios
Inativação de drogas e de toxinas e excreção dos produtos da degradação (deseintoxicação).
Excreção do colesterol (ácidos e sais biliares).
Excreção de produtos do metabolismo da hemoglobina (Bilirubina).
A bile produzida e lançada na luz duodenal é indispensável para a digestão e absorção das gorduras.
2. Relação estrutura-atividade Circulação hepática O fígado recebe sangue da veia porta-hepática, que já passou pelos capilares do território gastrintestinal, e da artéria hepática. Do sangue venoso, que lhe chega pelo sistema porta, o fígado vigia e controla eficientemente as alterações da concentração sérica promovidas pela absorção intestinal. Como este sangue, venoso, tem baixa pressão parcial de O2, para o metabolismo próprio das células hepáticas, o O2 vem da circulação arterial. As quantidades são assim: a circulação hepática fica com 25 % do débito cardíaco, 3/4 de sangue venoso, chegando pela veia porta, e 1/4 de sangue arterial. A capacitância do fígado é significativa, com 15 % do volume sangüíneo (750 ml). Em hipotensões hipovolêmicas, a metade deste volume pode ser mobilizada. A circulação portal não sofre autoregulação. A arterial é autoregulada, com participação da adenosina. Os fluxos venoso e arterial variam reciprocamente. Como a pressão na veia porta é de 10 mmHg e nas veias centrais fica entre 2 e 3 mmHg, a pressão nos sinusóides hepáticos,