José Saramago, ao escrever o livro Ensaio Sobre a Cegueira, faz o leitor perceber a natureza do homem. Todo homem é maniqueísta, uma mistura de Deus e Diabo. Os personagens todos cegos por uma doença misteriosa vão ao longo da narrativa dividindo-se por dormitórios e aos poucos sendo mais individualistas mesmo os de mesma “tribo”. A força aparece quando se percebe a possibilidade de exercer poder sobre o outro, no caso do livro, aquele que detinha a arma passou a dominar, roubando ate mesmo o que apenas teria valor na sociedade externa. Portanto há no homem uma necessidade de impor-se seja de forma pacífica ou não. Das tantas necessidades de se impor, surgiu o capitalismo, o qual além de mudar a economia transformou a sociedade num campo de batalha. À medida que o tempo passa as pessoas vão isolando-se. Esse isolamento é uma consequência da politica individualista. Dessa forma a intolerância, a inveja e os desejos impregnam no homem. Seja no trabalho, na escola, na faculdade e até mesmo nos relacionamentos, surgem oportunidades de vantagem em relação a algo ou alguém. Por essa razão há uma guerra, que mesmo mascarada por sorrisos, uma suposta moral e pela ética, fazem do homem uma arma. Arma em busca de inovações e com total frieza de querer ser sempre melhor. O absurdo de uma guerra é exatamente essa frieza. O direito de matar alguém por uma causa, mesmo que nobre, ou por alegar proteção, o que nem sempre é verdade, faz com que pessoas percam suas vidas. A vida é um direito inalienável de todos os seres humanos, mas que, por interesses antagônicos e incapazes de um acordo passivo, perdem essa garantia. Almas, embora valiosas, se vão em bandos. É nesses momentos que se percebe um homem incapaz, racionalmente falando, de perceber algo além da sua própria ambição, ele se sente quase um deus, quando, de fato, aflora o diabo existente em todo mundo. Guernica, onde nasceu Pablo Picasso e mais tarde deu o nome a uma de suas obras importantes, foi uma