Fisica para todos
Existe um debate sobre se a ciência antiga cessou por completo após 200 a.D., ou se a atividade científica e a reflexão original continuaram. Lloyd argumenta que elas continuaram.
No caso da filosofia natural, que inclui a física e a cosmologia, ocorreu um declínio das doutrinas dos epicuristas e dos estóicos, mas o século III viu o ressurgimento das idéias platônicas através de Plotino (205-270). Seu neoplatonismo concentrou-se essencialmente em aspectos teológicos e metafísicos, mas pensadores neoplatônicos posteriores desenvolveram aspectos do platonismo que eram relevantes para a física.
Iâmblico (sécs. III-IV), nascido na Síria, defendeu (mais do qualquer pensador antes dele) a matematização de todo o estudo da natureza. Proclo de Bizâncio liderou a Academia platônica em Atenas no final do séc. V, e defendeu o atomismo geométrico de Platão diante das críticas dos aristotélicos. O neoplatônico pagão Simplício de Atenas (séc. VI) defendeu a física aristotélica fazendo um relato histórico dos debates realizados nos séculos anteriores e utilizando alguns argumentos originais e experimentos simples (sobre a questão de se o ar tem peso).
Trabalho científico mais importante foi realizado pelo cristão João Filoponus de Alexandria, no séc. VI, que foi o maior crítico das idéias aristotélicas. Sua crítica mais importante foi com relação à doutrina aristotélica de antiperistasis, ou seja, a noção de que no movimento de um projétil o ar a sua frente passa para trás e empurra o projétil para frente. Utilizou argumentos teóricos e experimentais para concluir que o meio só pode resistir ao movimento, nunca sustentá-lo. E enunciou que "é preciso supor que alguma força motiva incorpórea é conferida pelo lançador ao projétil", concluindo que tal movimento perduraria no vácuo. Com relação à queda dos corpos no ar, verificou experimentalmente que os tempos de queda não são proporcionais aos pesos, conforme anunciara Aristóteles,