Finanças
Como é sabido, a posição neoclássica tem como corolário essencial a não intromissão do Governo na economia, sendo que é isso mesmo que demonstra o modelo de Solow, que cria uma relação entre o PIB per capita e o capital físico. Segundo este modelo, defendido pelos neoclássicos, o crescimento é explicado por uma variável exógena (o resíduo de Solow) e há sempre um limite máximo ao crescimento ("steady-state"), onde o crescimento real do PIB é igual ao crescimento da população, isto é, o PIB per capita mantém-se sempre constante.
Este modelo é uma resposta às teorias apresentadas por Harrod e Domar entre os anos 30 e 40, que defendiam um modelo de longo prazo no qual se reproduzia a perspectiva de Keynes sobre os desequilíbrios de curto prazo e a necessidade duma intervenção estabilizadora por parte do Governo. Para eles, a economia no longo prazo é instável (com desequilíbrios gradualmente mais acentuados), requerendo uma intervenção permanente do Estado para evitar que essa instabilidade levasse a uma crise económica. Pelo contrário, o modelo de Solow pretende demonstrar que uma economia de mercado pode crescer no longo prazo de forma permanente e equilibrada sem a intervenção direta do Estado na economia.
Ainda assim, considero que o Estado pode ter um papel importante no crescimento económico do país, essencialmente através de três aspetos essenciais: * Através do investimento, nomeadamente em infraestruturas públicas, o que criaria postos de trabalho e aumentaria a produção nacional, com consequências favoráveis para o PIB; ou em capital humano, apostando na formação profissional e criando condições para reter o capital humano existente, evitando a fuga de capital especializado para o estrangeiro (repare-se que a China, através do grande investimento público, tem crescido estonteantemente); * Promovendo a eficiência dos mercados, abstendo-se o mais possível, de modo a que o ponto de equilibrio seja encontrado