Finanças: A história da inflação no Brasil
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História da inflação no Brasil:
A decisão de indexar a economia brasileira foi tomada em 1964, no quadro de uma inflação relativamente alta, em torno de 70% ao ano, que o governo militar herdou do governo Juscelino Kubitschek e da grave crise econômica e política de 1961-1964. Nos primeiros anos, ela se limitava aos contratos financeiros, de forma que nos três anos seguintes foi possível reduzi-la através de uma política fiscal rígida para um patamar em torno de 40%. Até 1979, a inflação brasileira se manteve aproximadamente nesse patamar. Entretanto, o segundo choque do petróleo e o choque dos juros internacionais desse ano, somados à política de crescer com poupança externa dos anos 1970 e a uma política monetarista de prefixação da taxa de câmbio para mudar as expectativas de inflação adotada em 1979-1980, levaram o Brasil à grande e tríplice crise econômica: à crise da dívida externa dos anos 1980, à crise fiscal do estado e à alta inflação inercial. A inflação, que durante os anos 1970 girara em torno de 40% ao ano, saltara para 100% em 1980, devido ao choque externo de 1979 e à política monetária equivocada de 1979. Em vista do fracasso da política baseada no conceito de expectativas racionais, o governo autoritário, em 1981 e em 1983, pôs em prática dois planos de estabilização convencionais, baseados em forte ajuste fiscal, elevação da taxa de juros, e depreciação da moeda. Entretanto, ao invés de cair, como esperavam os dirigentes da economia, a inflação se mantém, em 1981, no mesmo patamar dos 100% do ano anterior, e sobe para 200% em 1983, quando o governo decide por uma necessária desvalorização cambial. A alta inflação inercial afinal dominava a economia brasileira.
Entre 1980 e 1983, portanto, a inflação, que era crônica no Brasil, transformou-se em uma alta inflação inercial. Na inflação crônica já havia um componente inercial, que, a partir dessa transição, passa a ser dominante. A taxa de inflação, que era